SAPATOS - ACESSÓRIO DE MODA E FUNÇÃO SOCIAL

SAPATOS SÃO A CONTINUAÇÃO DE NÓS MESMOS. SERÁ?
 
 
 
Sapato é a peça do vestuário que tem a finalidade de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protetores e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes, usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo o pé, mas sem o abafar.
Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial e serve como adorno e acessório de moda, tendo também uma função social.
Muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos, porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período Paleolítico.
Existem evidências que a história do sapato começa a partir de
10 mil a.C., ou seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha e no sul da França, fazem referência ao calçado.
Entre os utensílios de pedra dos homens das caverna existem vários que serviam para raspar as peles, o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas usadas para enterros, e que têm idade entre seis e sete mil anos, foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.
No Antigo Egito, as sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira e era comum as pessoas andarem descalças, carregando as sandálias e usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancamon usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro.
 
Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós, e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.
Na Idade Média, tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que tinham uma forma semelhante ao das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.
 
*******************OS SAPATOS BRASILEIROS**************
 
Utilizados somente como proteção dos pés, com a vinda da côrte portuguesa ao Brasil, em 1808, o comércio sofreu um incremento e os costumes europeizaram-se, passado o sapato a fazer parte da moda. Nesta época os escravos eram proibidos de usar sapatos, mas quando conseguiam a liberdade, compravam um par de calçados como símbolo da nova condição social. Como muitos não se acostumavam a usá-lo, viravam objeto de decoração ou de prestígio, carregando-os, orgulhosamente, nos ombros ou nas mãos.
Apesar de existirem várias sapatarias no Rio de Janeiro para atenderem o mercado da alta sociedade local, o calçado normalmente era importado da Europa. No final do século XIX o modelo básico do calçado era a botina fechada de camurça, de pelica ou de seda para as mulheres mais abastadas, e os chinelos para o restante da população feminina.
Nas décadas de 1910 e 1920 o modelo de sapato feminino mais usado no Brasil era o borzeguim ou a botina, evitando os pés expostos, mesmo que os vestidos já tivessem subido seu comprimento.
No pós-guerra houve uma mudança muito grande na maneira de vestir e de calçar. A mulher passou a sair às ruas, praticar esportes e cuidar do corpo, sendo o tênis inventado nessa época. Além disso, como os vestidos encurtaram, os sapatos ficaram mais à mostra, aumentando a preocupação com a estética do calçado.
 
 OS SAPATOS DE PARIS- A CAPITAL DA MODA
 
 Muitos estilistas surgiram, como por exemplo, Paquin, Chernit e Doucet, o que transformou Paris na capital mundial da moda. Alguns estilistas que trabalhavam para estes mestres, com o tempo foram se tornando independentes. Dentre estes podemos citar Pinet que chegou em Paris em 1855 para trabalhar para Worth e que acabou criando o salto que leva seu nome: o salto Pinet, que é mais fino e mais reto que o popular salto Louis.

Outro importante designer de renome a época foi Pietro Yanturni que se auto-denominava “o mais caro estilista de calçados do mundo”, com uma clientela exclusiva de apenas 20 clientes e cujos sapatos atualmente se encontram expostos no Metropolitan Museum of Art de Nova York. André Perugia seguiu os passos de Yanturni: seus sapatos estão no Musee de La Chaussure, em Romans, França.
 
Em 1914, Ferragamo já exportava calçados femininos feitos à mão para os Estados Unidos, onde ficou conhecido como o estilista dos calçados das estrelas do cinema. O inglês David Evins, durante os anos 40, continuou o trabalho de Ferragamo criando coleções para os mais famosos designers de Nova York (Bill Blass, Oscar de la Renta).
Ferragamo, André Perugia e Charles Jourdan competiam entre si para desenvolver o mais refinado e elegante salto, mas, no processo de produção não podiam utilizar materiais frágeis como madeira que poderia não suportar o peso de uma mulher. Muitos designers projetaram saltos em forma de pino de aço recobertos com material plástico, buscando solucionar os problemas de resistência dos saltos. Os italianos Del Co e Albanese criaram uma sandália para noite com duas minúsculas tiras e um salto baixo sob o arco do pé. Roger Vivier, que então trabalhava para Christian Dior, em Paris, aperfeiçoou este salto, dando-lhe a forma de uma vírgula e acabou por receber todo crédito pela invenção do salto stiletto, em 1955.
Atualmente, existe uma nova geração de designers. Requisitados por clientes e por estilistas de moda, os sapatos de salto alto de designers como Joan Halpern, Maud Frizon, Beth e Herbert Levine, Andrea Pfister, Jan Jansen, Patrick Cox e Christian Louboutin algum dia serão apreciados como autênticas obras de arte. A tecnologia tem acrescentado novas opções de materiais (microfibras, tecidos elásticos etc) o que otimiza o processo de produção, que parece indicar que os sapatos e sandálias de salto alto continuarão a fazer muito sucesso na história da moda.
 

www.salto15.com.br (LEIA TAMBÉM)
 
 
 


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