CAMINHOS DE PEDRA - O INTERIOR DO INTERIOR

Visitar os Caminhos de Pedra, há muito tempo deixou de ser uma visita a um museu a céu aberto.

É sim, um resgate de muitos costumes históricos, deixados pelos nossos antepassados italianos, mas hoje um bem sucedido legado de trabalho à serviço do turismo.

Hoje vemos as novas gerações se utilizando do trabalho de seus antecessores e inovando na maneira de perpetuar essas lições, usos e costumes.

"No mesmo instante em que recebemos pedras em nosso caminho, flores estão sendo plantadas mais longe. Quem desiste não as vê."

William Shakespeare*********************************

O sucesso do "interior do interior" ( o roteiro fica no interior do Município de Bento Gonçalves, que por sua vez, fica no interior do Rio Grande do Sul), se deve ao trabalho em melhorias nas comunidades, criação de associação de empreendedores, que se desenvolvem ao longo de mais de 20 anos de consolidação do roteiro, que também é patrimônio histórico do Rio Grande.

Um trabalho orgulhoso, que gera lucros para quem fica no interior e se dedica ao turismo regional. Um trabalho de orgulho para os mais velhos, que conseguem ver futuro nas áreas de terras, outrora vendidos a preço de banana ( não sei o preço da banana, mas espero ser algo bem barato).

O Roteiro que se reinventou nos últimos anos, deixou de lado aquele jeito meio acanhado dos italianinhos do alto da Serra, e começou a se tornar celeiro de empreendedores em busca de dias melhores, como pensavam nossos colonizadores.

Das Pedras


Ajuntei todas as pedras 
que vieram sobre mim. 
Levantei uma escada muito alta 
e no alto subi. 
Teci um tapete floreado 
e no sonho me perdi. 
Uma estrada, 
um leito, 
uma casa, 
um companheiro. 
Tudo de pedra. 
Entre pedras 
cresceu a minha poesia. 
Minha vida... 
Quebrando pedras 
e plantando flores. 
Entre pedras que me esmagavam 
Levantei a pedra rude 
dos meus versos.


                                         Cora Coralina

Muito mudou desde os anos 1875 e mais ainda desde os anos 1992, quando toda a retomada turística, seria o "bum", para o acordar turístico da Capital do Vinho.

Hoje, são restaurantes, moinhos, casas de erva mate, da cuca, da ovelha, dos teares, dos biscoitos, das confecções, do artesanato e muitas outras que ainda ganharão corpo nos próximos anos, como a tão esperada Casa Merlin com seu museu/ arquivo e associação Caminhos de Pedra.

Tudo relacionado ao orgulho de uma rota que hoje empreende, ensina e lucra com a história sofrida do passado e os olhos sedentos de muito mais futuro.

*Nona Merlo- Nesta janela, muitos turistas foram recebidos no roteiro, em épocas que os

ares brejeiros eram a tônica do passeio. Hoje esta antiga janela, faz parte de um bem

organizado restaurante e nada lembra a casa bucólica de antes. Mas, conserva suas paredes e

história, contada pelos guias que se emocionavam com a "velha nona na janela".

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O fato de concentrar o maior acervo arquitetônico da imigração italiana em meio rural do país e a preocupação com a preservação do patrimônio histórico material e imaterial rendeu aos Caminhos de Pedra o qualificativo de “museu vivo”. Em 2009 por iniciativa do Dep. Estadual Jerônimo Pizzoloto Güerguen, e apoio do IPHAE (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado) foi declarado patrimônio histórico e cultural do RS pela Lei Estadual 13.177/09 promulgada pela então Governadora Yeda Rorato Crusius.

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* O antigo Caminho de terra batida, hoje é ligação entre as casas da família Strapazzon. 

Belas flores ladeiam o caminho, que já foi cenário do Filme O QUATRILHO, que concorreu ao Oscar de 1994. o Filme imortalizou a casa, a paisagem e nosso jeito do "interior do interior."

* As casas de pedra, já não assustam mais. São hospitaleiras e cheias de encantos a revelar.

Mostram o forte árduo trabalho do imigrante e fazem os jovens relembrar.

Muitas ganham mais charme como essa.Hoje é a Pousada Cantelli e em suas paredes acalenta a história do lugar, e em seu lençóis modernos nos dá bons sonhos.

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O visitante que ingressar nos Caminhos de Pedra pelo Barracão estará, pois, utilizando a mesma porta de entrada dos primeiros imigrantes, revivendo de certa forma, as mesmas sensações dos recém-chegados, através das histórias contadas pelos seus descendentes. Não deixe de dar esse mergulho na história da imigração italiana no Rio Grande do Sul.

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Fonte e Fotos: WWW.CAMINHOSDEPEDRA.ORG.BR