DUQUE DE WINDSOR - A HISTÓRIA DE UM EX-REI

 
 
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O título Duque de Windsor foi criado na aristocracia do Reino Unido em 1937 para o Príncipe Eduardo, antigo rei do Reino Unido, bem como cada um dos outros reinos da Commonwealth. O antigo Eduardo VIII abdicou[1] em 11 de dezembro de 1936, para que ele pudesse casar com a americana divorciada Wallis Simpson, que se tornou duquesa de Windsor, mas sem ela nunca ter conseguido obter o direito de usar o tratamento de Sua Alteza.
No momento da abdicação, houve uma grande controvérsia quanto à forma como devia incidir num ex-Rei, tendo existido outras possibilidades, como Duque e Marquês de Cambridge e de Connaught, mas nenhum deles era bastante viável, porque o Marquesado de Cambridge e o Ducado de Connaught existiam nessa altura. Existe uma teoria de que foi patrocinado pelo Primeiro-Ministro Stanley Baldwin para conceder o título de Duque de Windsor, também disseram que era o novo rei Jorge VI que concebeu a ideia de dar um título logo após a abdicação, e que sugeriu a utilização do nome da família, como disse nas memórias do duque The King's Story (A História de um Rei).
 
 
Até que seu irmão, o novo rei Jorge VI, decidiu pela criação de um novo título, Duque de Windsor. O ducado teve o nome da cidade de Windsor, onde se situa o Castelo de Windsor que ao longo dos séculos tem sido a residência de monarcas ingleses, desde há mais de mil anos. O nome emula estabilidade, tradição e à própria essência de ser britânico (Windsor é também o sobrenome da Família Real, pelas mesmas razões).
 
 
Durante a cerimônia da coroação, o rei Jorge VI anunciou no discurso, que o monarca normalmente pronuncia pouco antes da entrega do juramento sobre a segurança da Igreja da Escócia, que criou o título de Duque de Windsor para o seu irmão, e que era o seu desejo de que fosse conhecido como Sua Alteza Real o Duque de Windsor. Esta declaração está incluída na Gazeta de Londres. No entanto, passados vários meses, antes da Royal Patente formalmente garantir que o título havia sido estabelecido.
Com a morte do Duque em 1972, sem deixar descendentes, o título ficou extinto. É geralmente considerado que, dada a sua origem, é pouco provável que o título seja recriado no futuro.
 
 
Eduardo tornou-se rei com a morte de seu pai, no início de 1936. Ele mostrava-se impaciente com os protocolos da corte e sua aparente indiferença para com as convenções constitucionais estabelecidas preocupava os políticos. Com poucos meses de reinado, ele causou uma crise constitucional ao propor casamento à socialite americana Wallis Simpson, divorciada do primeiro marido e em vias de se divorciar do segundo.
 
Em 10 de dezembro de 1936, em Fort Belvedere, Eduardo assinou o "Instrumento de Abdicação" na presença de seus irmãos mais novos: príncipe Alberto, duque de York, o próximo na linha de sucessão ao trono, o príncipe Henrique, duque de Gloucester e o príncipe Jorge, duque de Kent.No dia seguinte, seu último ato como rei foi dar o consentimento real à Lei da Declaração de Abdicação de Sua Majestade de 1936. Conforme exigido pelo Estatuto de Westminster, todos os Domínios consentiram com a abdicação, embora o Estado Livre da Irlanda só tenha dado concordância em 12 de dezembro, com a aprovação da Lei das Relações Externas, que excluía de sua constituição qualquer menção à Coroa.
Na noite de 11 de dezembro de 1936, Eduardo, agora novamente príncipe, fez um pronunciamento à nação e ao império, explicando sua decisão de abdicar. Nessa transmissão, ele diria a famosa frase: "Eu achei impossível carregar o pesado fardo da responsabilidade e cumprir meus deveres como rei, como eu gostaria de fazer, sem a ajuda e o apoio da mulher que eu amo".
Após a transmissão, Eduardo partiu para a Áustria, mas não se juntou à Wallis Simpson até que o divórcio dela fosse ratificado, alguns meses mais tarde. Seu irmão, o príncipe Alberto, subiu ao trono como Jorge VI e sua filha mais velha, a princesa Isabel, tornou-se a primeira na linha de sucessão, como herdeira presuntiva.
 
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Eduardo e Wallis voltaram para a França, onde passaram o resto de suas vidas, essencialmente retirados da corte britânica. O subsídio do duque foi complementado pelo governo e pelo comércio ilegal de divisas.A cidade de Paris ofereceu ao duque uma casa na 4 Route du Champ d'Entraînement (em Neuilly-sur-Seine, ao lado do Bois de Boulogne, por um aluguel simbólico. O governo francês o isentou de pagar o imposto de renda, e o casal podia comprar produtos livres de impostos através da embaixada britânica e do comissariado militar.Em 1951, Eduardo publicou um livro de memórias (A King's Story), escrito por um ghost-writer, no qual ele expressava seu desacordo com a política liberal. Os royalties do livro foram somados à sua renda.Nove anos depois, ele escreveu um livro relativamente desconhecido, A Family Album, que trata principalmente sobre a moda e os hábitos da família real ao longo de sua vida, desde o tempo da rainha Vitória ao de seu avô e seu pai, e os seus próprios gostos.
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Em 28 de maio de 1972, o duque morreu em sua casa, em Paris, menos de um mês antes de seu aniversário de 78 anos. Seu corpo retornou à Grã-Bretanha e foi velado na Capela de São Jorge, Castelo de Windsor. O funeral foi realizado na capela em 5 de junho, com a presença da rainha, da família real e da duquesa de Windsor, que hospedou-se no Palácio de Buckingham durante sua visita. Eduardo foi enterrado no Cemitério Real, atrás do mausoléu real da rainha Vitória e do príncipe Alberto, em Frogmore. Até um acordo de 1965 com a rainha Isabel II, o duque e a duquesa haviam planejado serem enterrados num lote comprado no Green Mount Cemetery, em Baltimore, onde o pai de Wallis foi enterrado.
 
 


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