TEATRO SÃO PEDRO - O PALCO MAIS IMPORTANTE DO RIO GRANDE DO SUL

***FOTO DA ÉPOCA EM QUE O SÃO PEDRO ERA UMA DAS MAIORES OBRAS DE POA. AO FUNDO VÊ-SE O GUAÍBA ( ÉPOCA EM QUE CHEGAVA BEM PRÓXIMO) DEPOIS OCUPADO PELO AFASTAMENTO DAS ÁGUAS E O ATERRO.
 
NOSSO SÃO PEDRO
Hoje, furto-me o direito de escrever sobre o "nosso" Teatro São Pedro. O qual tive o prazer de conhecer há muitos anos, ainda quando atuava como guia de turismo. Naquela época, incentivado por Vladimir Basso ( meu professor de história da arte) no curso de guia nacional e América do Sul. Ele sem dúvida abriu os olhos de seus pupilos para os detalhes artísticos e arquitetônicos de nossa capital.
Por isso divido detalhes da história "sem fim", do mais importante palco cênico do Rio Grande do Sul.
Onde algumas vezes comi uma deliciosa torta de maçã e chá no café superior . Lá neste belo lugar, o talento de muitos atores, cenógrafos, músicos e outros profissionais da área, tiveram seu grande momento. Desde seu início... depois houve a decadência e por fim o nosso teatro teve seu momento Fênix.... ressurgiu e não voltará para as cinzas.
Dedico ao meu querido professor Vladimir Basso, que abriu meus olhos para os belos detalhes do mundo... onde o feio sempre se torna belo.
 
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UM POUCO DESSA HISTÓRIA
O Teatro São Pedro surgiu por iniciativa de uma sociedade acionária de doze cidadãos, que visavam construir um teatro - que se chamaria São Pedro de Alcântara - cujos rendimentos seriam destinados para auxílio da Santa Casa de Misericórdia. Em vista da louvável proposta, o então presidente da província Manoel Antônio Galvão doou em 1833 um terreno com 100 x 200 palmos para a sua construção, localizado na Praça da Matriz, no centro da cidade. As obras foram iniciadas no ano seguinte, mas estiveram interrompidas por dez anos, ainda na fase dos alicerces, em função da Revolução Farroupilha ocorrida entre 1835 e 1845.
 
Depois da guerra, para continuidade das obras foi constituída uma nova sociedade que, não obstante ser de caráter privado, logo buscou subsídios oficiais, que foram concedidos pelos governos seguintes, e em 1850 os trabalhos foram retomados. A pedido da Santa Casa o projeto foi elaborado no Rio de Janeiro, e executado por Phillip von Normann, que se encarregou de toda a construção, com exceção da decoração final, que ficou a cargo de Emil Julius Textor . O plano previu a construção de um edifício gêmeo no outro lado da rua, o Tribunal de Justiça, posteriormente demolido após um incêndio, em 1950.
As verbas para a construção vieram de um programa de loterias estaduais, e finalmente o edifício em estilo neoclássico foi inaugurado em 27 de junho de 1858, com capacidade para 700 espectadores e decoração em veludo e ouro, numa época em que Porto Alegre tinha pouco mais de vinte mil habitantes. Em breve a sociedade constituída para sua conservação, a Associação do Teatro, não conseguiria mais fazer frente às despesas, e o imóvel foi desapropriado pelo poder público em 2 de abril de 1861.
 

 
***A FACHADA DO "NOSSO" TEATRO VISTA DA PRAÇA JÚLIO DE CASTILHOS
 
Durante mais de cem anos, o Theatro São Pedro foi palco de alguns dos mais importantes espetáculos assistidos em Porto Alegre. Por aqui passaram, por exemplo, os pianistas Arthur Rubinstein, Friedrich Gulda, Magda Tagliaferro e Claudio Arrau, o maestro Heitor Villa-Lobos, as cantoras Bidu Sayão e Marian Anderson, o dramaturgo Roman Riesch, o grupo francês Les Comediens des Champs-Elisées, a Orquestra de Versalhes, os atores Walmor Chagas, Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo, etc.
Apesar de tudo isso, em abril de 1973, o Theatro São Pedro foi interditado por "absoluta falta de condições técnicas".
As obras de restauração iniciaram em 1975 sob a autoria do Arquiteto Carlos Antônio Mancuso (1930-2010). A direção administrativa dos trabalhos coube à Eva Sopher, que na época dirigia o Instituto Proarte, com a ideia de "integração do passado com o presente".
A reinauguração aconteceu em agosto de 1984, com o espetáculo de teatro de bonecos O julgamento do cupim, do Grupo Cem Modos, o musical Piaf, com Bibi Ferreira e uma apresentação Orquestra Sinfônica Brasileira regida por Isaac Karabtchevsky.
Em sua nova fase, o teatro tem sido administrado pela Fundação Theatro São Pedro, criada em 1982 e desde então dirigida por Dona Eva Sopher, ligada de forma autônoma à Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Em 1985 passou a contar com uma Orquestra de Câmara.

 
**DETALHE DO LUSTRE CENTRAL - IMPONENTE E GLAMOUROSO

Em sua nova fase, o teatro tem sido administrado pela Fundação Theatro São Pedro, criada em 1982 e desde então dirigida por Dona Eva Sopher, ligada de forma autônoma à Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul. Em 1985 passou a contar com uma Orquestra de Câmara.
Em 1995, a equipe dirigida por Dona Eva partiu em busca de novos terrenos nas imediações, a fim de expandir o complexo Theatro São Pedro. A partir de um concurso público, em 1998 foi selecionado o projeto dos arquitetos Marco Peres, Dalton Bernardes e Julio Ramos Collares para a construção do Multipalco, cujas obras iniciaram em 2002.
Quando concluído, o Multipalco contará com teatro italiano, teatro oficina, concha acústica, sala para corpo de baile, sala para orquestra e sala de naipes, sala para entrevistas coletivas e reuniões, salas para ensaios, restaurante, praças, cafeteria e bar, quatro lojas e estacionamento. Obra a qual já está bem definida no cenário do centro histórico, faltando apenas alguns detalhes. Poucos.... mas fundamentais para o sonho realizado de nosso palco maior.
Mas visitar a praça Júlio, a Catedral, é sem dúvida estar sempre com os olhares para a fachada de nosso teatro ( sim, digo nosso, porque ele é um pouco de cada gaúcho). Lá sempre se espera o melhor do mundo artístico e lá sempre temos a impressão de que não fomos abandonados pela cultura.
 
 
Fotos: Google e arquivo pessoal
Fonte|: Wickpédia e memórias afetivas

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