MARQUESA DE SANTOS- A AMANTE DO IMPÉRIO

A MARQUESA DE SANTOS. UM MITO FEMININO DENTRO DO MAIOR IMPÉRIO DA AMÉRICA DO SUL.

 
DONA DOMITILA COM SEUS NETOS.
 
 
Filha de João de Castro do Canto e Melo, o primeiro visconde de Castro, e de Escolástica Bonifácia de Oliveira Toledo Ribas, pertencia uma tradicional família paulista, era neta do coronel Carlos José Ribas, tetraneta de Simão de Toledo Piza, patriarca da família em São Paulo.
O brigadeiro João de Castro Canto e Melo nascera na ilha Terceira, nos Açores, em 1740 e morreria no Rio de Janeiro em 1826. Era filho de João Batista do Canto e Melo e de Isabel Ricketts, e descendia de Pedro Anes do Canto, da Ilha Terceira. Passou a Portugal, assentando praça de cadete aos 15 anos em 1 de janeiro de 1768, nomeado Porta Bandeira em 17 de outubro de 1773. Tinha 21 quando, em 1774, foi para o Rio de Janeiro e meses depois para São Paulo. Foi transferido para o regimento de linha de Infantaria de Santos, promovido a alferes em 1775 e a tenente no mesmo ano, a Ajudante em 1778; era Capitão em 1798, major no mesmo ano, em 1815 tenente-coronel. Mais tarde, depois dos amores da filha com o Imperador, foi feito Gentil-Homem da Imperial Câmara e ainda recebeu o título nobiliárquico de Visconde de Castro em 12 de outubro de 1825.
 
 Domitila de Castro do Canto e Melo, primeira e única viscondessa com grandeza e marquesa de Santos, (NASCIMENTO:São Paulo, 27 de dezembro de 1797 —  MORTE: São Paulo, 3 de novembro de 1867) foi uma nobre brasileira, célebre amante de Dom Pedro I, Imperador do Brasil, que lhe conferiu o título nobiliárquico de Marquesa em 12 de outubro de 1826.
 
 
Túmulo da Marquesa de Santos
 
Em sua velhice, a Marquesa de Santos tornou-se uma senhora devota e caridosa, procurando socorrer os desamparados, protegendo os miseráveis e famintos, cuidando de doentes e de estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco no centro da cidade de São Paulo.
A casa da Marquesa tornou-se o centro da sociedade paulistana, animada com bailes de máscaras e saraus literários.
Domitília de Castro e Canto Melo, a Marquesa de Santos (cidade onde nunca residiu), faleceu de enterocolite, sendo sepultada no Cemitério da Consolação, cujas terras foram por ela doadas.
 
 
 
Em 13 de janeiro de 1813, Domitília, aos quinze anos de idade (completaria dezesseis em dezembro desse ano) casou-se com um oficial do segundo esquadrão do Corpo dos Dragões da cidade de Vila Rica, o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça (1789–1833), citado por diversos historiadores como um homem violento, que a espancava e violentava, e de quem se divorciou em 21 de maio de 1824.
Do casamento nasceram três filhos, Francisca, Felício e João (morto com poucos meses, pois, durante sua gravidez, Domitília foi espancada e esfaqueada pelo marido em 1819).

Em 1822, Domitila conheceu Dom Pedro de Alcântara (1798–1834) dias antes da proclamação da Independência do Brasil, em 29 de agosto de 1822. O Príncipe-Regente estaria voltando de uma visita à Santos , quando recebeu, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, duas correspondências (duas missivas da imperatriz Leolpoldina e uma de José Bonifácio de Andrada e Silva) que o informava sobre as decisões da corte portuguesa, em que Pedro deixava de ser Regente para apenas receber e acatar as ordens vindas de Lisboa. Indignado por essa "ingerência sobre seus atos como governante", e influenciado por auxiliares que defendiam a ruptura com as Cortes, especialmente por José Bonifácio, decidiu pela separação do reino de Portugal e Algarves.
Pedro, que tinha fama de mulherengo. Em 9 de maio de 1826 seriam legitimados passaportes para a Europa de uma francesa, Adèle Bonpland, em companhia de uma filha e de um criado índio: fora amante do Príncipe. Outra francesa foi Madame Clemence Saisset, cujo marido tinha loja na Rua do Ouvidor. A Baronesa de Sorocaba, irmã de Domitila, pertenceria à lista.
Em 1823 o imperador a instalou na rua Barão de Ubá, hoje bairro do Estácio, que foi a primeira residência de Domitila no Rio de Janeiro. Posteriormente em 1826 recebeu de presente a "Casa Amarela", como ficou conhecida sua mansão, no número 293 da atual avenida D. Pedro II, perto da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão - onde hoje funciona o Museu do Primeiro Reinado. Comprou a casa do Dr. Teodoro Ferreira de Aguiar e mandou contratar uma reforma em estilo neoclássico com o arquiteto Pedro José Pézerat. As pinturas murais internas são obra de Francisco Pedro do Amaral, os baixos-relevos internos e externos por Marc Ferrez e Zephérine Ferrez. Mais tarde a casa foi comprada pelo Barão de Mauá, e por volta de 1900 pelo médico Abel Parente, protagonista de um dos maiores escândalos do Rio, em 1910. Passou a ser museu do Primeiro Reinado no final dos anos 1980. Domitila mudou-se em 1826 e ali viveu até 1829.
 
 
 
****Esse é o verdadeiro Solar da Marquesa de Santos e sua frente fica em direção ao Palácio da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro.
O príncipe D.Pedro vigiava sua amada através das generosas portas e janelas. O nome de solar nem precisa ser explicado, basta ver a foto para entender sua arquitetura e sua farta iluminação que defasava todos seus cômodos. Na foto interna podemos ver que o Sol iluminava todos os ambientes e inclusive com uso de clarabóias nas escadas.
Do Palácio Imperial na época de D. Pedro era possível avistar o que acontecia dentro da Casa da Marquesa de Santos.

 
 
Domitila foi, em 12 de outubro de 1825, feita viscondessa de Santos e, em 12 de outubro de 1826, elevada a primeira marquesa de Santos. Seus pais foram agraciados com benesses imperiais, seu irmão Francisco feito ajudante de campo do Imperador. Constava que seus ciúmes tinham encurtado a vida da imperatriz Leopoldina, que sua ambição era ver o Imperador legitimar seus filhos, tornando-os príncipes de sangue e assim em pé de igualdade com os filhos legítimos.
Dom Pedro e Domitila romperam em 1829, quando segundo o comentário da época (pois nada se comprovou) ela tentou balear a sua própria irmã Maria Benedita (baronesa de Sorocaba), ao descobrir seu relacionamento com o Imperador – que teve como fruto: Rodrigo Delfim. Porém, o maior motivo para a separação foi devido as segundas núpcias de D. Pedro I com Amélia de Leuchtenberg. Ele procurava desde 1827 uma noiva nobre de sangue e seu relacionamento com Domitila e os sofrimentos causados a Leopoldina por este, eram vistos com horror pelas cortes européias e várias princesas recusaram-se a casar-se com Pedro. Uma das cláusulas do contrato nupcial de Amélia e Pedro dizia que ele deveria afastar-se para sempre de Domitila e bani-la do império.
INTERIOR DO PALACETE DA MARQUESA, ANTES DE SUA RESTAURAÇÃO INICIADA EM 2011.
O financiamento da restauração será feito com recursos não reembolsáveis de R$ 4,2 milhões do Fundo Social do BNDES. Os recursos serão aplicados na execução de obras estruturais para recuperação do prédio que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938. Hoje, o espaço pertence à Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro.
 
MAITÊ PROENÇA E GRACINDO JÚNIOR - RESPECTIVAMENTE : MARQUESA DE SANTOS E DOM PEDRO I , EM UM AMBICIOSO TRABALHO PARA A TELEVISÃO BRASILEIRA DOS ANOS 80.


Nasceram-lhes cinco filhos:
SOLAR DA MARQUESA EM SÃO PAULO.
 
A Casa da Imagem, o Solar da Marquesa e o Beco do Pinto fazem parte da região urbana mais antiga da cidade de São Paulo. Localizados próximos ao Páteo do Colégio, esses locais passaram por um amplo processo de restauro por cerca de três anos, sob a coordenação do Departamento do Patrimônio Histórico da Secretaria Municipal de Cultura.
O Solar da Marquesa recebe a exposição "A Marquesa de Santos: uma mulher, um tempo, um lugar", com curadoria da professora Heloísa Barbuy, enquanto a Casa da Imagem inaugura "Guilherme Gaensly, o fotógrafo Cosmopolita", com curadoria do professor Rubens Fernandes Junior. Também foi lançado na ocasião o livro "Guilherme Gaensly", coedição da Secretaria Municipal de Cultura e da editora Cosac Naify.
 
Em 4 de abril de 1825 é nomeada Dama Camarista da Imperatriz, recebe o título de viscondessa de Santos em 12 de outubro do mesmo ano. Em 12 de outubro de 1826 tem seu título elevado à marquesa de Santos. A referência a Santos era uma clara afronta aos irmãos Andradas, naturais dessa cidade e então exilados na França.
Domitila ainda recebe em 4 de abril de 1827 a Ordem de Santa Isabel de Portugal. As datas 4 de abril e 12 de outubro são referentes ao nascimento da rainha de Portugal, Dona Maria da Glória e de seu pai, d. Pedro I, respectivamente. Nesses natalícios, comendas, títulos e anistias eram distribuídas como parte das comemorações.
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 O túmulo de Domitila recebe sempre flores frescas de pessoas que continuam a considerá-la uma santa popular. Entre as lendas está que ela protege as prostitutas da cidade e, devido a ter conseguido um bom casamento e reestruturar dignamente a sua vida após o relacionamento com Pedro I, passou a ser uma inspiração às moças que querem se casar com um bom partido. Na sua lápide existe uma placa agradecendo uma graça alcançada.
 
 
A marquesa de Santos já foi retratada como personagem no cinema e na televisão.
 
 
 


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