O "FALSO" BARÃO DE ITARARÉ - O único Barão da República
Quando falamos do período monárquico no Brasil, entendemos como era feito a outorga de títulos nobiliárquicos em terras tupiniquins e como os mesmos formaram a nobreza no Brasil.
Os títulos nobiliárquicos ou títulos de nobreza foram criados com o intuito de estabelecer uma relação de vassalagem entre o titular e o monarca, sendo alguns deles hereditários.
Depois do século XV foram usados como forma de agraciar membros da nobreza, por um conjunto de atos prestados à casa real, ao monarca ou ao país, sem que lhe estivesse associada qualquer função pública ou jurisdição ou soberania sobre um território.
Porém, alguns nomes da nossa história, passaram do anonimato à nobreza e com direito a título falso e oposição ferrenha contra políticos. E neste caso o Barão de Itararé é o nosso personagem central de hoje.

Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, também conhecido por Apporelly e pelo falso título de nobreza de Barão de Itararé nasceu em Rio Grande, 29 de janeiro de 1895 foi um jornalista, escritor e pioneiro no humorismo político brasileiro.
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O nascimento de Apporelly é marcado por mistérios e disputas. Conta-se que teria nascido a bordo de uma diligência, no Uruguai, enquanto seus pais rumavam para uma fazenda da família materna. Admiradores de Rio Grande (Rio Grande do Sul),
onde seus pais moravam, contestam esta versão. Entretanto, na matrícula
de ensino escolar, Apporelly foi registrado como nascido no Uruguai,
enquanto seu título de eleitor sustentava uma naturalidade gaúcha, mas sem discriminação de cidade.
Sua mãe, Amélia, teve morte trágica, suicidou-se quando tinha 18 anos e
ele 18 meses; seu pai enviou-o a um internato jesuíta em São Leopoldo
(RS).Apparício Torelly iniciou-se no humorismo em 1908 no jornalzinho "Capim Seco", do colégio onde estudava, satirizando a disciplina dos padres jesuítas de São Leopoldo.
Em 1925 entra para O Globo de Irineu Marinho. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado por Mário Rodrigues (pai de Nelson Rodrigues) a ser colaborador do jornal A Manhã.
Ainda em 1925, no mês de dezembro, Apparício Torelly estreava na
primeira página com seus sonetos de humor que, geralmente, tinham como
tema um político da época. Sua coluna humorística fez sucesso e também
na primeira página, em 1926, começou a escrever a coluna "A Manhã tem
mais…".

Como surgiu o Falso Barão
“ | Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve. | ” |
“ | O Brasil é muito grande para tão poucos duques. Nós temos o quê por aqui? O Duque Amorim, que é o duque dançarino, que dança muito bem mas não briga e o Duque de Caxias que briga muito bem, mas não dança. E agora eu, que brigo e danço conforme a música. | ” |
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Foi candidato em 1947 a vereador do então Distrito Federal, com o lema "Mais leite! Mais água! Mas menos água no leite!", sendo eleito com 3669 votos, o oitavo mais votado do PCB,
que conquistou 18 das 50 cadeiras. Porém, em janeiro de 1948, seus
vereadores foram cassados: "Um dia é da caça... os outros da cassação",
anunciou A Manha
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No final dos anos 1950, foi deixando o humor de lado e passou a se interessar pela ciência, e pelo esoterismo, estudou filosofia hermética, as pirâmides do Antigo Egito e a astrologia, campo no qual desenvolveu o "horóscopo biônico". Faleceu em 1971, dormindo, em seu apartamento no bairro carioca de Laranjeiras.
Foi opositor ferrenho de Getúlio Vargas, a quem conheceu nos tempos de colégio, em Porto Alegre, quando vivia na mesma pensão em que se hospedava Benjamin, irmão de Getúlio.
Fonte: Wickpedia
Fotos: Notibras - Google Images - Revista Bula.com
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