CARTA AO IMPERADOR - Tempos difícieis

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Saudações Sua Alteza Imperial Real Dom Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança.
Com muito prazer e envolto em muitas notícias além mar, venho por meio desta dar-lhe notícias sobre sua terra natal.
Na última vez que enviei-lhe notícias, dava-se conta de toda a histeria sobre o fatídico incêndio de seu antigo palácio. O mesmo continua em ruínas, a espera de que se tomem providências sobre seu restauro. Dizem por estas bandas que nosso país continental não possui dinheiro suficiente para devolver ao Brasil, sua antiga casa, o Museu Nacional.
Mas não quero deixá-lo emocionado sobre esta situação... sei que ficou muito abatido como todo o descaso na época do acontecido.
Desde sua saída pela porta dos fundos da história e sua ida para a Europa, o Brasil vem sofrendo na mão de oportunistas e salvadores da pátria sem taleto.
No momento estamos assustados com os desmandos de nosso atual Presidente da República Federativa do Brasil, conforme bem sabes, que depois de sua partida naquela noite após golpe, nos tornamos um pais presidencialista e ainda nos mantemos sob uma tutela de país democrático, que desta palavra pouco se sabe.
Atualmente nosso comandante, digo, Presidente é um senhor que possui  o nome de "ungido, o salvador prometido por Deus" segundo o antigo testamento, que o senhor tão habilmente leu e releu algumas vezes. Sim, meu amado Imperador! Nosso atual governante tem Messias em seu nome.
No momento algumas das pessoas que vivem em nossas terras tropicais, também referem-se a ele com outra passagem bíblica, porém relacionando-o  ao animal que carregou Maria e José antes do nascimento de nosso amado Jesus.
As notícias certamente estão carregadas de deboche, como aquelas piadas que faziam a seu respeito nas diversas gazetas espalhadas pelo nosso Império Brasil.
É muito difícil ver que o que foi construído com tanto empenho de homens e mulheres que acreditavam na nação, tenha sucumbido a ganância de alguns homens. Nossos índios não são respeitados como seres nativos de nossa grande terra. Vivemos uma era de intolerância, violência e desesperança.
O mundo mudou tanto meu estimado Imperador, que as tardes destinados por Vossa Alteza Imperial a sua leitura, hoje é substituída por nosso governante a um outro hábito, muito comum hoje. Levar aos olhos públicos as informações através  de 140 caracteres e que agora pode chegar a 280.
Algo impensado nos dias em que seu olhos abriam sob o céu azul do Brasil. Lembra dos discursos sempre tão preparados que tinha que fazer nas inaugurações das estradas de ferro? Nas aberturas de estradas? Nas aplaudidas criações das escolas preparatórias? Eram tempos esperança que não caberiam em poucas frases.
Mesmo todos nós esperando sua filha a Condessa D'Eu e para mim sempre Princesa Isabel, subir ao poder como a primeira mulher no poder deste Brasil continental, tivemos uma outra que chegou lá no alto do poder presidencial e foi sucumbida no meio da lama que destrói a nação. A corrupção!
Nada se faz em nosso país senão por meio da corrupção. Nada se conquista se não com o "jeitinho brasileiro".
Estive recentemente em sua amada Petrópolis e fiz uma oração na Catedral Dom Pedro de Alcântara.
A avenida Koeller continua linda com seu início ao sul junto ao casarão de Isabel. nela está também o Palácio Rio Negro, que foi residência do Barão do Rio Negro, seu amigo, que em Paris foi proprietário do Café Carvalho. Bons tempos!
Durante a república foi transformada em residência de verão dos Presidentes O palácio era usado mais frequentemente quando a cidade do Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Desde a transferência da sede do governo para a capital do país, Brasília, a vinda de presidentes para o Palácio Rio Negro diminuiu drasticamente.
Veja meu Imperador que estes nefastos republicanos tomaram conta até de seu recanto no alto da serra. A praça ostenta uma homenagem ao senhor e sua passagem eternamente lembrada por aquelas terras. Já a casa onde viveu Santos Dumont, amigo de Isabel e q quem ele foi prestigiar em um voo em  Paris, é atração turística. Aliás, sua imagem atrai muitos turistas que querem conhecer o recanto onde viveu a nobreza do Brasil.  A casa comprada em 1876 pelo Conde d’Eu, e onde nasceram dois de seus netos filhos de Isabel - A redentora, continua linda  com suas árvores frondosas em frente a igreja. Tudo é tão imperial. Mas falta o senhor meu Imperador.
Deixo-lhe com suas lembranças e leituras, sei que estás ocupado em dar boa condição de vida futura aos seus. Mande um abraço a Imperatriz Tereza Cristina, que soube andar acamada e deixe que suas memórias por aqui cuido eu. Não há ninguém que fale mal de nosso Imperador em minha presença.
Para finalizar, informo que as orações à Padroeira do Brasil, se fazem presentes todos os dias, na esperança que a Pátria Mãe Gentil de se dê conta de suas origens e retorne a ser o exemplo continental que era.  Esperamos não mais crer em futuros messias e sim em homens que lutem pela grandeza da nação. Fique bem e aproveite a goiabada cascão (seu doce de corte preferido), que enviei-lhe junto com essa carta. Também vão algumas fotos de sua cidade, O Rio de Janeiro, para que nunca se esqueça dela e de nós, que não veremos mais sua face em solo "brasilis".
Deixo as mais sinceras saudações, de seu eterno compatriota.
PS: Diga a Isabel que as Camélias na frente de sua casa do esquerdo, continuam florindo ano após ano.
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